SINCOMFLORES- A HISTÓRIA DA FEIRA DE FLORES
SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DE FLORES E PLANTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINCOMFLORES
REGISTRO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 46.000.008249/93
Fundado em 3 de agosto de 1993, durante esses anos, o SINCOMFLORES firmou-se como um sindicato de ação, reunindo, hoje, os cerca de 2.000 produtores e comerciantes atacadistas sindicalizados do entorno da cidade de São Paulo e do Estado.
A relação de produtos e produtores apresentada para consulta neste site, reúne os associados que são consultados todo o mês e apresentam os melhores preços e produtos.
Temos certeza que a escolha desses produtores irá satisfazer os que procuram qualidade e preço. Boa pesquisa.
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A HISTÓRIA DA FEIRA DE FLORES NA CEAGESP
A feira de flores na Ceagesp está intimamente ligada ao ex-presidente do SINCOMFLORES, Koldeway Chaves.
Nos idos de 1964, Koldeway já integrava a administração estadual quando, em maio de 1969, o Governo do Estado de São Paulo reuniu as empresas: CEASA-CENTRO ESTADUAL DE ABASTECIMENTO e a CAGESP- ARMAZÉNS GERAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO e formou a CEAGESP-Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo.
Koldeway dá o seu depoimento:
– Quando inauguraram a Ceasa (atual Ceagesp), em 1965, nenhum produtor de hortifrutigranjeiro queria mudar-se para lá, todos estavam acostumados na Cantareira e não queriam sair de jeito nenhum. Nós da administração da Ceagesp, íamos todas as madrugadas tentar convencer os produtores e comerciantes para que se mudassem para lá, mas eles relutavam alegando que era muito longe e os compradores não iriam até a Vila Leopoldina, pois estavam acostumados na região cerealista no Centro da cidade (atual Mercado da Cantareira).
– Estávamos em pleno regime militar e o governador do Estado de São Paulo na época, Adhemar de Barros, nos convocou para uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, juntamente com o comando da Cavalaria da Polícia Militar. Abriu a reunião nos dizendo:
“Estou fazendo esta reunião para dizer aos senhores que o Governo do Estado de São Paulo gastou uma grande verba para a construção de um novo mercado para os produtores, com banheiros com pias de mármore, espelhos de cristal, etc. mas eles não reconheceram. Ao meu comando, por ocasião da primeira chuva, mandarei abrir todas as compotas dos rios que se juntam ao Tamanduateí e, então, o Mercado da Cantareira certamente ficará inundado. Vamos então aproveitar e colocar todo o transporte de caminhões do estado e fazer a mudança da Cantareira para a Ceagesp na Vila Leopoldina.”
Na primeira chuva que caiu as ordens foram cumpridas, pois, nada sobrou lá na Cantareira e, por ordem do governador Adhemar de Barros, o antigo mercado foi “interditado”.
Vista do Mercado da Cantareira, centro de São Paulo
E, prossegue Koldeway:
– Muitos produtores foram à falência, o Sindicato dos Feirantes fez greve e todos realizaram muitos protestos porque alegavam que a Ceagesp era muito longe e dificultava o abastecimento.
– O governo do estado deu ordens para que a diretoria da Ceagesp, na época, aceitasse os prejuízos dos produtores e os isentassem dos pagamentos de aluguéis por um ano. Hoje faz mais de 40 anos que tudo isso ocorreu e o Entreposto da Ceagesp, na Vila Leopoldina, já não comporta mais o movimento atual. Sinal dos tempos.
Sobre a Feira de Flores relata Koldeway:
– Nessa primeira mudança só foram para a Ceagesp os produtores de hortifrutigranjeiros, os de flores realizavam sua comercialização na Praça Charles Müller, em frente ao Estádio do Pacaembú, até 1967, quando o governo estadual decidiu que deveriam ir também para a Ceagesp.
– Nessa época eu era encarregado da fiscalização do setor de flores da Ceagesp e íamos visitar essa comercialização todas as terças e sextas-feiras para distribuir panfletos e convencer os produtores de flores a mudarem-se para a Ceagesp. Encontramos resistência, como havia ocorrido anos antes no setor de hortifrutigranjeiro.
– Depois de várias reuniões com os produtores de flores e suas entidades sem sucesso, reuniram-se a Coordenadoria da Secretaria da Agricultura, o comando da Polícia Militar e da Cavalaria, e nós da fiscalização da Ceagesp, todos sob o comando único do Delegado de Polícia Sergio Paranhos Fleury, na época, o maior repressor do regime militar.
– Numa manhã, todo esse batalhão prostrou-se na Praça Charles Müller para evitar que os produtores armassem suas barracas e começamos a distribuir intimações determinando que os produtores e compradores fossem para a Ceagesp definitivamente.
Vista da Praça Charles Muller, em frente ao Estádio do Pacaembú, SP
– Lembro-me, com clareza, que a Cavalaria cercou os produtores e floristas e, ao meu lado estava o delegado Fleury, que acompanhava a entrega das intimações, foi quando uma florista, de certa idade e com um defeito físico que a obrigava a andar de cadeira de rodas, e estava ali querendo fazer suas compras, recebeu a intimação. Pegou a intimação e com uma pronúncia aportuguesada começou a gritar bem alto para que todos escutassem: “Pega esse papelito…, pelo menos serve como papel higiênico…”
– O delegado Fleury aproximou-se dessa senhora e deu-lhe um pé-de-ouvido que virou a cadeira de rodas e ela rolou pelo chão, em seguida a Polícia Militar e a Cavalaria começaram com a pancadaria geral, muitos produtores e floristas saíram machucados nesse dia, e a partir daí, a comercialização de flores mudou-se para a Ceagesp, inicialmente com 147 produtores de flores no MLP, depois abrimos a PBC-F, a Paralela e hoje são mais de mil produtores e comerciantes.
Feira de Flores na Ceagesp
– Essa é a história da Feira de Flores da Ceagesp, em seguida fundamos, em 1993, o SINCOMFLORES, para congregar esses produtores e comerciantes que atuam em todo o Estado de São Paulo.
Koldeway F. Chaves- ex-Chefe da fiscalização, Assessor da Diretoria e aposentado pela Ceagesp, Paisagista com intercâmbio em Israel e França, presidente do Sincomflores desde a sua fundação em 1993 até o seu falecimento em 2011. Membro da Câmara Setorial de Flores e Plantas do Estado de São Paulo e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Colaborador editorial em revistas e livros especializados. (in memoriam)